28/04/2006

Imagina...

Imagina um campo enorme repleto de cores secas, tons de castanho, verde... Não consegues observar movimento, não existe aquele barulho ensurdecedor da cidade, dos automóveis, das pessoas a correrem sem prestarem atenção ao que se passa, sem terem tempo para pensar, sem terem tempo para sentir; nada, não tens nada. Apenas algumas árvores despidas. A roupa dos seus galhos voam ao sabor do vento, do frio que se sente naquele campo. O céu está carregado de nuvens cinzentas, o sol está bem escondido como que a aquecer-se no meio daquele manto enorme, não se mostra, não o vês.
Ao longe encontras sinais de fumo que fogem da chaminé. Se esforçares os olhos verificas que vêm de uma casa, também ela branca, muito pequena, térrea. O telhado está envelhecido pelo tempo, o jardim á sua volta mostra apenas alguns ramos secos, sem flor... Consegues sentir o odor delicioso do outono. Observo uma janela, com uns cortinados aos quadrados com uma cor muito suave, presos de lado, conseguindo espreitar através dela e entrar para a sua sala.
A casa está iluminada pelo fogo do carvalho a arder. Não ouves nada, só consegues perceber que a casa expira magia, ternura, conforto.
Atrás do sofá encontro dois corpos juntos a esse fogo, aquecidos por uma manta de retalhos. Estão envoltos naquela chama de calor, não reparam na fogo, nas suas cores, nem nas folhas que voam lá fora e batem na janela, nem na casa repleta de móveis antigos e de madeira escurecida.
Exploram o corpo com os olhos, deliciam-se com o perfume que salta dos poros e que se dirige para o olfacto.
Ela, nua, estremece com o respirar que ele envolve ao conhecer cada parte dos seus membros. Beija seu pescoço lentamente, seus olhos fulminam o fogo, o desejo de tocar, de possuir está a ser revelado pela sua mão, pelos seus dedos. A mão percorre o peito, que demonstra ao seu olhar, o quanto está a saborear aquele momento. A mão, os dedos, a boca continuam a descer no seu corpo com vigor. Ela sente um arrepio que percorre todo o seu ser, mas não de frio, de prazer, de loucura, de querer mais. Ele chega onde as mulheres mais gostam de ser tocadas, conhecidas em cada um dos pontos mais prazerosos.
Ele toca ao de leve e contempla aquele corpo que está à sua frente, a estremecer, para as suas pálpebras fechadas, para o seu peito espetado a chamar a sua boca. Passa novamente a sua língua pelos seus mamilos sem nunca deixar de a tocar no mais íntimo. A língua desce, desce, desce, beija o umbigo e saboreia um dos primeiros sabores íntimos que exalam desse pequeno umbigo. Continua a descer e com a ajuda das suas mãos desvia as pernas envergonhadas. A sua boca corre lentamente para o que se encontra à sua frente. A língua toca e o corpo estremece cada vez mais.
Começasse a ouvir uns sons baixinhos de fantasia que acompanham o som da madeira a arder. Ele entrega toda a sua alma naquele momento e passa toda a sua língua naquela parte do corpo que tanto chama por ele.
Os seus dedos entram dentro dela, acompanhando o movimento da sua língua. A respiração dela torna-se mais forte, os seus sons começam a parecer música aos ouvidos dele.
Mas ele pára, porque ela aperta o seu braço com força. Olham-se nos olhos, sem se verem, olhando para dentro dos seus desejos.
Ela deita o corpo dele sobre a manta de retalhos e experimenta as suas mãos, os seus dedos finos, a sua boca, a sua língua. Os seus lábios encontram-se, as suas línguas cruzam-se de uma forma bravia e lutadora. Ela larga sua boca e desce pelo peito daquele homem. Beija aquelas mãos grandes, os seus dedos. As suas mãos tocam no que o homem mais íntimo tem e que tanto querem que seja conhecido. Ela envolve devagar os seus dedos, a sua língua não resiste e passe ao de leve, saboreando devagar, lentamente. Mas a boca não resiste e encontra todo o íntimo do homem.
Devagar, devagar, devagar... altera bruscamente o movimento tornando-se mais vigoroso, mais forte. Ele solta um gemido alto, que ultrapassa o som da madeira a arder. Ela começa a sentir também o seu corpo a mostrar o quanto está a apreciar aquele momento, sente-se húmida e cheia de desejo de ser possuída.
De repente ele agarra nela e puxa-a para si. Tornam-se num só, as suas partes íntimas envolvem-se, os sons que saltam das suas bocas tornam-se melodiosos, comuns. Os corpos acompanham-se nos movimentos sem serem dadas ordens, agem de forma natural. Ele acompanha os movimentos com os seus dedos, que tocam no clitóris da mulher. A respiração já não tem medida, torna-se cada vez mais rápida, mais ofegante. Os corpos explodem, chegam ao cume do prazer, o suor mistura-se dos dois corpos.
Ouve-se um silêncio.
Ele abraça aquela mulher, encosta-a para si.
Adormecem naquela ternura que se sente no ar.
Os cortinados fecham-se com o vento.

Vê-se a casa branquinha, o fumo começa a desaparecer, o vento torna-se mais forte, o campo de cores secas começa a tornar-se mais escuro. A lua nasceu...

Autor: Anónimo

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